Se uma criança não consegue aprender da maneira como ensinamos, talvez devêssemos ensinar da maneira como ela aprende.
– Ignacio Estrada
Ainda se recorda do nosso artigo de dezembro sobre as novas metodologias de ensino? Uma das tendências que destacámos para este ano foi a aprendizagem personalizada. Esta metodologia consiste na adaptação e personalização do ensino aos interesses, necessidades e capacidades educativas de cada aluno. Provavelmente, ao pensar em ensino adaptado, vêm à memória métodos já existentes para crianças com necessidades especiais. No entanto, a metodologia que escolhemos para partilhar consigo neste artigo pode ser aplicada a qualquer criança, em qualquer nível de ensino e acreditamos que traz muitos benefícios, tanto para o aluno como para o professor. Descubra por quê!
Personalizar a Aprendizagem
A maior vantagem deste método de ensino é a personalização da forma de ensinar de acordo com as individualidades de cada aluno. Se uma criança tem mais dificuldades numa matéria, o professor deve utilizar todos os seus recursos para garantir que esta não fica para trás. Realisticamente, não é possível, numa sala de aula tradicional, fazê-lo sem atrasar ou prejudicar o resto da turma. É aqui que a sala de aula invertida (ou flipped classroom) entra como uma solução que desconstrói o conceito de aula e a interação entre professor/aluno e aluno/aluno.
O que é a Aula Invertida?
Um dos principais pilares do ensino adaptativo, a flipped classroom, passa a responsabilidade da aprendizagem teórica para os alunos, em tempo assíncrono, transformando as aulas síncronas em sessões de esclarecimento, orientação e revisão de matéria. Através de conteúdos e acessos online, cada aluno pode aprender todos os temas ao seu ritmo e no conforto da sua casa.
As soluções EdTech que têm surgido no mercado permitem digitalizar a educação e, assim, tornar mais fácil a adaptação de vários métodos inovadores de aprendizagem. Desde plataformas online a aulas em vídeo, do ensino primário ao superior, o objetivo é facilitar e melhorar os processos educativos, tornando-os mais envolventes e dinâmicos. (Descubra as soluções EdTech da BCN!)
Embora frequentemente interligados, a relação entre o ensino adaptativo e as ferramentas EdTech não é simbiótica, ou seja, a utilização de um não implica necessariamente a utilização do outro. Contudo, quando combinados, podem revolucionar a área da educação e ter melhores resultados junto das novas gerações.
Acessibilidade, Colaboração, Motivação
Tanto docentes como estudantes saem a ganhar com o acesso a diversos recursos educativos, experiências de aprendizagem personalizadas, feedbacks automáticos e oportunidades para colaborar e comunicar. O ensino personalizado pode significar o fim de:
- a vergonha de participar nas aulas com medo de expor dificuldades que os colegas não têm, levando a uma falta de conexão com a matéria lecionada e com a turma;
- a falta de motivação e abandono escolar por não conseguir acompanhar a matéria;
- o ensino monótono, puramente expositivo, repetitivo e inflexível.
Em vez disso, o ensino personalizado potencia:
- recursos online acessíveis em qualquer altura e em qualquer lugar (ideal, por exemplo, em caso de ausência por doença. O aluno não tem de perder a aula por não poder ir à escola);
- colaboração entre alunos, fortalecendo as suas relações e promovendo a entreajuda e o trabalho em equipa;
- exploração dos verdadeiros interesses e pontos fortes de cada estudante;
- poupança de tempo para os professores e foco na pedagogia.
Os Desafios das Metodologias Inovadoras
Apesar de prometer grandes benefícios, também apresenta desafios. Um dos maiores é o custo e recursos necessários para implementar as salas de aula EdTech em grande escala. Para além de adquirir os equipamentos, é também necessária a formação de docentes, de modo a garantir a sua preparação. Mais do que ter as ferramentas, há que saber tirar o melhor partido delas para acrescentar valor às aulas e à interação com as mentes dos jovens de hoje.
E quanto à avaliação? Como se avalia alunos que trabalham de forma individualizada, ou até de formas diferentes? Será justo que os seus conhecimentos sejam postos à prova com testes iguais para todos, ou um exame genérico no final do ano letivo? Será que isto é viável para todas as disciplinas?
Os docentes podem optar por uma avaliação contínua, através de trabalhos diários, individuais e em grupo, um método já utilizado por professores portugueses há vários anos, e que se tem mostrado uma solução eficiente. Os alunos, para além de desenvolverem soft skills, conseguem aprender de forma atenta e motivada. O educador, mais do que ninguém, deve conhecer as necessidades de cada criança e procurar a melhor forma de as atender, moldando os seus métodos em função disso.
Acima de tudo, o ensino adaptativo traz-nos um ensino justo e que concretiza o verdadeiro objetivo e propósito da educação: ensinar. Se está pronto para digitalizar os seus métodos de ensino, a BCN tem várias sugestões de ferramentas para criar valor dentro das quatro paredes da sala de aula.
